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Gagliasso: ‘Sou um ciumento elegante’
POR REGINA RITO
Rio - Berillo, o italiano canalha de ‘Passione’, não tem nada a ver com seu intérprete, Bruno Gagliasso. O ator, que começou a carreira aos 7 anos (‘Barriga de Aluguel’), tem um vasto currículo na telinha. Na Globo desde 1999 (ele teve uma rápida passagem pelo SBT, onde fez ‘Chiquititas’), sempre surpreendeu nas novelas com personagens diferenciados como o conturbado Inácio de ‘Celebridade’; o gay Júnior, de ‘América’; o caipira Ricardo, de ‘Sinhá Moça’; e o Tarso, de ‘Caminho das Índias’. Na vida afetiva, está em seu segundo casamento — o primeiro foi com Camila Rodrigues, de agosto de 2006 a março de 2008 — com a também atriz Giovanna Ewbank, desde março do ano passado.
Como define o Berillo?
“Um canalha carismático e ponto.”
Ele largou a mulher e o filho na Itália e veio para o Brasil, onde se casou e teve outro filho. Conseguiria viver situação semelhante?
“Tenho um histórico de construir personagens muito diferentes de mim. Nunca fui rejeitado pela minha mãe como o Inácio, de ‘Celebridade’. Nunca tive desejo homossexual como o Júnior, de ‘América’. Sou cosmopolita diferentemente do Ricardo, que era matuto em ‘Sinhá Moça’. E, pelo que estudei, não sou esquizofrênico (como o Tarso, de ‘Caminho das Índias’). O Berillo dá sequência a essa trajetória, novamente me obrigando a construir um ser humano completamente diferente de mim.”
Considera Berillo infantil?
“De todos os que fiz, ele é o mais infantil, mesmo o Ivan, de ‘Paraíso Tropical’, fazia armações muito mais inteligentes e perigosas do que as dele.”
Qual a saída que daria para o Berillo?
“Nenhuma tão genial quanto a que o Silvio (de Abreu, o autor) será capaz de criar. Ele é genialmente imprevisível e, nesse caso, prefiro me deliciar com a expectativa.”
Tem algo em comum com o personagem?
“A rapidez de raciocínio — que é uma grande virtude quando é bem usada, mas que não é o caso do Berillo.”
Qual a reação das pessoas na rua com relação ao Berillo?
“O que mais escuto é: ‘ô, italianinho safado’. O carisma que ele tem, principalmente com as senhoras, é incrível. Sinto que as pessoas se divertem. Olham para mim e dão risadas. Isso é maravilhoso.”
Com quais atores está gostando de trabalhar?
“Irene Ravache. Sou completamente apaixonado por ela. E também pelas minhas parceiras de cena Leandra Leal e Gabriela Duarte. Elas são fundamentais para a construção do Berillo e o direcionamento que estou dando ao personagem.”
Acredita em amor eterno?
“Conheço casos, mas sei que são raros. O bacana é que eles existem. Torço muito para que isso aconteça comigo.”
É romântico?
“Sou. Sem pieguice. Porque acho muito batido esse negócio de mandar flores. Para mim, ser romântico é fazer algo inesperado.”
Ciumento?
“Sou um ciumento elegante, aquele que sabe como falar, como demonstrar. É um ciúme de quem cuida.”
Perdoaria uma traição?
“Depende da traição e das circunstâncias. A alma humana é complexa. Tenho grande admiração pelo ato de perdoar.”
Como lida com as críticas feitas ao seu trabalho?
“Muitíssimo bem. Sejam elas positivas ou negativas, é sempre um referencial. Isso fica mais verdadeiro para mim e a cada trabalho me torno um ator cada vez mais técnico, que precisa do diálogo. Respeito muito qualquer tipo de crítica”.
E com o cerco dos paparazzi nas ruas?
“O convívio com eles é decorrência direta de ser um ator reconhecido. Se esse é o preço, eu tiro de letra. O prazer de atuar compensa.”
O que você e Giovanna curtem fazer quando estão de folga?
“Ultimamente temos ido compulsivamente ao teatro. Nada melhor do que, depois de uma boa peça, um bom jantar, voltar pra casa e curtir nossos cães. Claro, sem esquecer de namorar, lógico!”
Dão palpite no trabalho um do outro?
“Temos a mesma profissão, a mesma paixão, e é inevitável que o trabalho invada as nossas conversas, já que só enriquece o nosso relacionamento.”
Depois da novela tem algum projeto em vista no cinema ou no teatro?
“Sim. Tenho um projeto no cinema que me agrada muito, mas, como é comum nesses casos, ainda é preciso guardar segredo. Quanto ao teatro, o projeto é assistir a todos os bons espetáculos em cartaz. Aguardo com expectativa a estreia de ‘A Loba de Ray-Ban’, no Rio, da minha eterna mãe, Christiane Torloni.”
Você, que é flamenguista doente, o que achou da história envolvendo o goleiro Bruno?
“Lamentável. Nessas horas, a gente não pode pensar em ser Flamengo ou flamenguista. Tem que pensar no ser humano.”